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Dicas da Professora Elaine dos Santos - 10/05

 

Finalizando a sequência de dicas de Poruguês da Professora Elaine dos Santos. Acompanhem:

 

Constrangedoramente, entre o lamento e a vergonha, nos últimos anos, vimos a nossa sociedade demonizar a escola e os professores. Pessoas sem qualquer formação pedagógica, sem qualquer conhecimento sobre Psicologia da aprendizagem, Psicologia do desenvolvimento ou Teorias da aprendizagem, sem qualquer conhecimento sobre Didática passaram a opinar sobre a profissão do professor, sobre a sua atuação em sala de aula e questionaram, inclusive, o papel da escola.

A educação, por lei, em nosso país, assenta-se no tripé Estado (governo), família e escola. Se o governo falha em formar e qualificar professores (e falha!), se a família falha na formação pessoal de seus filhos (e falha!), passou-se a exigir que a escola fosse o berçário, o consultório psicológico, o quartel das boas práticas e, quando desse, ainda ensinasse conhecimento. Escolas com falta de material, professores trabalhando 20 ou 40 ou 60 horas frente ao aluno (sim, frente ao aluno, descobri, recentemente, essa aberração: sem horas atividades para preparar aulas, corrigir trabalhos e provas), mas todo o “milagre” precisa ser feito na escola pelo professor.

Como professora universitária, em nossas discussões pedagógicas, frequentemente, um tema era a formação do indivíduo: a primeira parte da educação básica tenta “farquejar” a pessoinha que a maioria das famílias lhes entrega; o ensino médio tenta recuperar o que ficou para trás no ensino fundamental e o ensino superior tenta, então, dar conta daquilo que o ensino médio deveria ter feito. Na vida profissional, o aluno graduado “se forma”.

Ah, mas existe um ressentimento social com aquele que consegue chegar ao ensino superior, quando isso deveria ser normal, cotidiano, recorrente, frequente. O pensamento complexo, a capacidade de fazer abstrações não são desenvolvidos sem estudos mais aprofundados, sem muita leitura, que somente o ensino superior – quase sempre! – propicia. Até o ensino médio, o professor faz o que pode e como pode dentro de todas as limitações que lhe são impostas, inclusive, pelos pais e pelas mães de aluno, que não incentivam sequer os filhos a estudar, a ler, a aprender.

Saia do celular, saia das redes sociais ou use-as a seu favor. Leia assuntos importantes do cotidiano local, estadual, nacional. Preste atenção na forma como a notícia é organizada. Observe a organização de frases, de parágrafos – quando for escrever um longo texto em redes sociais, em e-mail, acostume-se a dar espaço entre os parágrafos.

 

Acentue palavras corretamente.

Use os sinais de pontuação: é irritante demais ler um texto sem pontuação, quase sempre é preciso reler o mesmo texto para tentar desvendar o que a pessoa “quis dizer” (em um país

em que as pessoas são analfabetas funcionais, não sabem interpretar textos, mesmo aqueles “bem escritos”, apresentar-lhes um texto com problemas de pontuação é um prato cheio para uma polêmica).

Não se decora regras gramaticais. Usa-se.

Não existem dicas de última hora para fazer uma boa redação. Existe um exercício continuado/repetido de escrita.

Não me critique, alegando que eu sei escrever bem e quero que todos escrevam bem. Eu sou filha de pais semianalfabetos, eles investiram na minha formação escolar, eu investi na minha formação acadêmica. O que você quer deixar para os seus filhos: dificuldade para se comunicarem numa sociedade que – cada vez mais – valoriza a escrita? O mundo anda pra frente!

 


Professora Elaine dos Santos, revisora de textos

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