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A Restinga que eu quero - Ismael Halberstadt

Restinga Seca completou 59 anos de existência em março, tem muitas histórias e Histórias, um passado feito por homens e mulheres que amaram e amam esta terra. Passadas as festas de aniversário, ouvimos algumas autoridades, pessoas do nosso cotidiano para saber o que elas almejam para o futuro do nosso município. Desde o mês do aniversário estamos veiculando depoimentos que trazem um pouco dessas expectativas. Hoje publicamos o que diz o  presidente da Cãmara de Dirigentes Logistas de Restinga Sêca, o jovem Ismael Halberstadt, acompanhe:

            Morando há quase 16 anos nesta terra, que acolheu a mim e a minha família de forma tão hospitaleira, aproveito a oportunidade que me foi concedida para alertar algumas coisas aos restinguenses “nativos” que, muitas vezes, não parecem ter se dado conta. Vamos apontar alguns pontos que carecem de reflexão:

            Nossa Restinga encontra-se em uma região privilegiada, além de gaúcha (assumo minha visão bairrista), está próxima de cidades de porte semelhante à nossa e em níveis de desenvolvimento parecidos, da mesma forma, nosso município faz vizinhança com um polo de conhecimento e referência no setor de serviços (Santa Maria). Mas algo parece ter provocado uma espécie de efeito negativo, em muitos cidadãos restinguenses, a cada vez que olham para o município do outro lado do Jacuí e demonstram um sentimento parecido com o de inferioridade em relação àquele.

            O que será que gera tal sentimento? Será que seria uma “inveja branca” para com aquele município de origens predominantemente alemãs? Não sejamos bobos, possuímos muito mais motivos para nos orgulharmos da nossa terrinha do que muitos possam imaginar.

            Se fosse por simples diferenciação, poderíamos começar brincando que, da Quarta Colônia, somos um dos seletos municípios que possuem lombadas eletrônicas... Deixando a polêmica que determinados aparelhos têm provocado para outra oportunidade, vamos focar naquilo que temos de melhor e que, com frequência, passa despercebido em nossa correria pelas mazelas do dia a dia.

            Nesta terra, encontram-se grandes potenciais a serem explorados. Um deles é a nossa célebre ponte das Tunas, muitas vezes, pomo-nos a reclamar sobre o fato das Tunas ainda ser atravessada por uma ponte férrea, sem recordar que justamente a peculiaridade dela é o nosso cartão postal; que, na época de veraneio, muitas famílias de localidades muito distantes se deslocam para o que é considerado um “paraíso”, na visão de um porto alegrense, por exemplo, que vive rodeado por uma selva de pedras. Será que estamos explorando nosso balneário da melhor forma possível?

            De forma semelhante, pomo-nos a reclamar sobre como os caminhões carregados de areia, bem como os carregados de grãos na colheita, danificam nossos asfaltos, principalmente nossa ERS-149, sem levar em consideração o montante de recursos que giram em nossa economia graças a eles. Estou defendendo o excesso de carga que alguns motoristas trafegam? Não! Apenas procurando apontar outro possível olhar sobre a mesma questão. O que poderia ser feito para otimizar ainda mais a produção e o escoamento de grãos/minerais em nosso município?

            Sobre nossas indústrias, não raro, ouvimos reclamações sobre a ausência de grandes indústrias em nosso município, mas não são consideradas as que aqui existem: metalúrgicas, fábricas de esquadrias, cerealistas, moveleiras, ervateira, laticínios e derivados, entre outras. Até quando será sustentada a ideia de que somente se uma grande indústria vier se instalar em nosso município alcançaremos o tão sonhado desenvolvimento, será que não poderíamos cultivar as que aqui foram geradas e estão em fase de desenvolvimento?

            Sem tocar no assunto educação, que merece outra oportunidade para que sejam tratadas as oportunidades geradas pelo Polo Educacional Superior de Restinga e aquela que é conhecida por alguns restinguenses como uma terra mítica: o Recanto Maestro e a Faculdade Antônio Meneghetti, que tem não somente oportunizado a toda região acesso ao conhecimento e ao trabalho, mas também têm levado o nome de Restinga Seca muito, muito além das terras gaúchas. Será que está sendo dado o devido reconhecimento ao que “estes caras” têm feito por Restinga?

            Por meio dessas breves e curtas reflexões, procurei não expressar a visão reduzida de apenas um habitante da terra do Mulita, mas trazer a conhecimento de nossos conterrâneos que, sim, temos potenciais enormes, aqui mesmo, que não somente carecem de atenção, mas também de devido reconhecimento.

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