Polícia Civil de Santa Maria conclui inquérito sobre maus-tratos que resultaram na morte de um bebê de apenas um mês de vida.
Nesta sexta-feira (05), a Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente- DPCA/Santa Maria, conclui o Inquérito Policial sobre a morte de um bebê de um mês de vida.
No dia 27 de novembro, os pais da criança procuraram atendimento médico devido à febre apresentada pelo filho. Ao examinarem o bebê, os profissionais de saúde ficaram estarrecidos com seu estado: havia dezenas de hematomas e escoriações por todo o corpo, principalmente no rosto, com ambos os olhos roxos, além de um braço quebrado.
Diante da gravidade do quadro, a criança foi imediatamente transferida para o Hospital Universitário, onde foram constatadas outras fraturas antigas, como nas costelas, além de traumatismo craniano. Infelizmente, ainda no mesmo dia, o bebê veio a óbito.
No pronto atendimento, a Brigada Militar foi acionada e conduziu os pais à Delegacia de Polícia, onde ambos foram presos em flagrante por maus-tratos. O jovem casal, de 19 e 20 anos, optou por permanecer em silêncio. A Polícia Civil representou pela prisão preventiva dos dois, a qual foi deferida pelo Poder Judiciário. A mãe encontra-se recolhida no presídio local, enquanto o pai foi transferido para um hospital psiquiátrico em Porto Alegre.
O casal residia em uma pequena casa, junto da avó paterna, que afirmou jamais ter presenciado qualquer agressão ou visto a neta machucada. Já a avó materna declarou ter visto a criança apenas duas vezes após o nascimento, pois o casal a impedia de conviver com a família.
Posteriormente, a mãe foi ouvida no presídio e relatou ser vítima de violência doméstica, física e psicológica, afirmando que o companheiro monopolizava os cuidados com a bebê e não permitia que ela tivesse contato frequente com a filha. Disse ainda que nunca machucou a criança e que desconhecia quaisquer agressões praticadas pelo companheiro. Questionada sobre as diversas lesões, afirmou que o pai não lhe dava explicações e não tolerava ser questionado.
O laudo de necropsia ainda não foi concluído, mas, de forma informal, o médico legista adiantou que, além de todas as lesões externas, o bebê apresentava hemorragia craniana.
Os pais foram indiciados por maus-tratos seguidos de morte, crime que pode resultar em pena de até 16 anos de prisão. Da mesma forma, entendeu-se que a avó paterna, por sua negligência, considerando que residia com o casal em uma pequena casa de madeira e seria impossível não perceber o estado da criança, também fosse indiciada pelo mesmo crime.
O Inquérito foi presidido pela Delegada Luiza Sousa, titular da DPCA/Santa Maria.
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