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Pessoas de Restinga Sêca: Dionatan "Tinga"

"Comecei a jogar futebol em Restinga (Sêca) muito novo e aos 13 anos fui para o Juventude. Os primeiros anos nas categorias de base foram difíceis porque eu era jovem demais, sentia saudade de casa, da família", lembra Dionatan Machado, o Tinga, filho do meio da Dona Solange e do Seu Ezio. O jogador restinguense conversou via WhatsApp com a reportagem do Tribuna sobre o atual momento de sua carreira: aos 25 anos, é o camisa 10 do Saham Club (clube que ocupa atualmente a 5° colocação no campeonato omanita), com sede na cidade costeira de Saham, em Omã, no Oriente Médio.

É a segunda experiência de Tinga em um país árabe. A primeira foi no começo deste ano (2018), quando ele defendeu as cores do Al-Batin Football Club, da Arábia Saudita. Antes de atravessar o oceano para jogar bola, Tinga teve passagens por Juventude, Caxias, Santos (atuou ao lado de Neymar), Cianorte, Caldense, Legião, Barueri, Pelotas e Universitário de Sucre (Bolívia).

"Toda adaptação é difícil, mas na Arábia é muito mais. Com o tempo fui aprendendo sobre a cultura e ficou menos complicado", explica o restinguense. Quando está de férias, não é difícil Dionatan ser visto visitando sua cidade natal, Restinga Sêca. O atleta havia rescindido o contrato com a equipe saudita no período pós-Copa por atrasos de alguns meses de salário. O jogador passou quase dois meses descansando na "Tinga" analisando algumas propostas. Mesmo fora dos gramados, Dionatan não descuidou-se da parte física e tão logo acerto com a equipe omanita foi confirmado, ele já estava em condições de fardar pela time árabe: "Agora em Omã, que também é um país árabe, está mais fácil a adaptação graças a esta experiência que tive em Al-Batin", conclui o atleta. Em Saham, Tinga mora sozinho em um apartamento a 2 km do clube. Em suas folgas, costuma visitar pontos turísticos de Omã:

"Em meu tempo livre gosto de sair para conhecer lugares diferentes. Vou ao shopping também, mas como me desgasto muito nos jogos, uso também este tempo para descansar", revela o atleta. Quando perguntado sobre a saudade dos familiares, Dionatan responde que utiliza da tecnologia para amenizá-la: 

"Falo todos os dias com a minha família via internet. Sempre estamos nos comunicando", admite. O meia canhoto que foi destaque e um dos goleadores do Campeonato Boliviano de 2017 pelo Universitário Sucre, viu-se desafiado a se adaptar ao estilo de jogo dos árabes:

"É muito diferente. Muito mais rápido o futebol. Demorou um pouco para eu me adequar ao ritmo deles, pois eu vinha jogando na altitude da Bolívia. Mas agora já estou à vontade em campo", esclarece. E a tendência é de que Tinga se sinta ainda mais em casa, o Saham Club contratou mais um brasileiro para o elenco: o zagueiro Evson.

"No começo era só eu e mais três estrangeiros. Agora ficou mais fácil com a chegada de um brasileiro", pontua. Para se comunicar dentro de campo, além de utilizar a linguagem universal do futebol, Tinga conversa em inglês com seus companheiros. Em todo caso, o clube disponibiliza um intérprete. E não é só o idioma que Dionatan estranha, alguns costumes da cultura árabe são peculiares: 

"Têm vários hábitos deles (árabes) que são diferentes dos nossos (brasileiros). Mas o mais curioso deles é comer com a mão (sem talheres)", brinca. Na atual temporada no Saham Club, Tinga jogou cinco partidas, marcou dois gols e deu três assistências. Em boa fase, o restinguense não esquece de quem lhe deu a primeira oportunidade no futebol:

"Agradeço ao Vinildo Mostardeiro (atual vice-presidente do S.C. Secco) por ter me levado para fazer teste no Juventude, de Caxias do Sul. Também sou grato ao meu atual empresário, Marcelo Zott. Há 10 anos o conheço, mas somente há 1 ano começamos a trabalhar juntos", destaca Tinga à reportagem do Tribuna, encerrando o bate-papo que durou cerca de 20 minutos via aplicativo de troca de mensagens instantâneas.

O próximo jogo de Dionatan é nesta sexta-feira (28), pelo Campeonato de Omã, contra o Rustaq Club, às 13h15.

 

 

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