Na sessão extraordinária ocorrida mais cedo, ontem, dia 6 de maio, na Câmara dos Vereadores de Restinga Seca, a preocupação com as recentes catástrofes naturais que assolaram o estado do Rio Grande do Sul esteve em pauta. Além das discussões sobre os desdobramentos da situação, foi evidente o esforço coletivo em buscar soluções e amparo às comunidades afetadas.

Em um diálogo exclusivo com o vereador André Toneto, que além de seu papel na câmara, também é produtor rural, obtivemos valiosas perspectivas sobre os desafios enfrentados tanto na esfera política quanto na agricultura.

"Boa noite, Ivo. Boa noite aos ouvintes da TV Tribuna e Rádio Líder. Realmente é uma situação bastante difícil. Eu nunca presenciei tamanha catástrofe no nosso estado, no nosso município. Famílias desabrigadas, água entrando onde nunca se pensou que iria entrar."

Toneto ressaltou a importância da solidariedade e da ação conjunta da comunidade diante dessas adversidades. Ele relatou sua participação em atividades de auxílio, destacando a agilidade e eficiência da mobilização local para amenizar os danos causados.

"Aí você vê a mobilização. Eu participei da limpeza na casa do idoso. Os servidores acreditavam que iam levar uma semana para fazer a limpeza. O prefeito fez um pedido na internet pra quem pudesse ajudar, aí nós conversamos e convidamos alguns amigos ali numa tarde o pessoal limpou a casa."

Porém, o foco da preocupação se estende também para os impactos na agricultura, setor vital da economia local. Toneto expressou sua apreensão diante das perdas significativas enfrentadas pelos produtores, com lavouras inteiras comprometidas pela inundação.

"A situação é muito difícil. Temos lavouras de soja aí que estão apodrecendo. E isso não vai valer nada. Os produtores estão perdendo muito. As lavouras de arroz nem se sabe ao certo como vai ficar, porque existem lavouras que ainda estão debaixo da água."

Diante desse cenário desafiador, o vereador destacou a importância do apoio do governo federal para a reconstrução das áreas afetadas, mencionando propostas em discussão para fornecer recursos e assistência aos municípios atingidos.

"Então isso aí tem um custo muito elevado para se fazer, estradas destruídas, tem muito trabalho e sem dúvida nenhuma nós precisamos desse recurso do governo federal para poder, o mais breve possível, estar fazendo todo esse trabalho."

Toneto também enfatizou a necessidade de medidas locais para garantir o bem-estar das famílias desabrigadas, incluindo um projeto para fornecer aluguel social temporário como forma de amparo imediato.

"O município quer fazer esse contrato de aluguel social num período curto, seis, oito meses, para tentar organizar a vida dessas famílias e dar uma oportunidade para que recomecem, que consigam juntar um dinheirinho para comprar um móvel, um colchão e tocar a vida."

Com um olhar esperançoso para o futuro, André Toneto expressou confiança na capacidade de superação da comunidade diante dos desafios impostos pelas recentes adversidades, reforçando a importância da união e do apoio mútuo neste momento de dificuldade.