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Martha Batalha no Livro Livre – Foto: Ronald Mendes

Martha Batalha chama a atenção para o tempo perdido e contextos femininos da atualidade durante o Livro Livre na Feira do Livro de Santa Maria

A noite desta terça-feira contou com a presença virtual da escritora recifense Martha Batalha, autora das obras ‘ A vida invisível de Eurídice Gusmão’, livro de estreia, e ‘Nunca houve um castelo’. Erradicada na Califórnia, a autora foi finalista do prêmio São Paulo de Literatura e semifinalista do Oceanos. A conversa foi mediada pela jornalista Vanessa Backes e pelo professor de filosofia Andrei Cerentini.

O bate-papo iniciou falando sobre a pandemia e o impacto na vida de quem escreve. Batalha afirmou que a rotina de vida de um literato é monótona. No seu caso, ela relata que redige todos os dias, e, quando não está criando, está lendo. “Tenho uma vida muito simples. Eu preciso dessa vida simples para colocar toda a minha energia na escrita.” afirma.

Com dois romances publicados, a escritora anunciou que está terminando seu terceiro livro, onde retorna à Tijuca, localidade em que desenvolve a narrativa de ‘A vida invisível de Eurídice Gusmão’. A ficção, ainda inédita, conta a história de um policial com 70 anos que, desgostoso com a sua existência, decide não mais viver. Tudo muda quando ele passa a conviver com uma dona de casa com quem recorda e compartilha suas memórias.

Os contexto e as vivências de seus personagens são marcas da escrita de Martha, onde há uma presença forte de personagens femininos. Com muitos sonhos abandonados, Eurídice, protagonista do seu livro de estreia, retrata, através de sua vida, as consequências de encontrar-se diante de uma sociedade machista. “Quando a gente fala de machismo, temos que o fazer com uma certa ironia, deboche. Essa é a forma que encontrei para falar sobre o machismo, que ainda é muito forte na sociedade brasileira”, explica. Além dos enredos com personagens mulheres, Martha Batalha enxerga como outro principal tema de suas tramas a questão do potencial perdido.

Para ela, é importante falar como certas regras da sociedade limitam a capacidade e a vontade das pessoas de crescerem.

A autora finalizou o encontro virtual aconselhando quem quer começar a escrever. “Leiam bastante e aprendam a se editar. A escrita é um processo, com uma parte muito intuitiva e outra muito pragmática. O desafio do escritor é equilibrar essas duas características do processo criativo”, ressalta.

A Feira do Livro ocorre até 16 de outubro, com programação híbrida na Praça Saldanha Marinho, no Theatro Treze de Maio e nas redes sociais da Feira. Na noite de 6 de outubro o Livro Livre traz um bate-papo com o escritor Itamar Vieira Jr. O público poderá acompanhar o diálogo pela transmissão nas redes sociais da Feira do Livro de Santa Maria.


Informações da Assessoria de Comunicação da Feira do Livro de Santa Maria 

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