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Um ano sem futebol parte dois: Como um atleta amador passou nesse período de pandemia e também quem ganha a vida gerenciando uma quadra esportiva

Por Michel Schünke

Restinga Sêca é conhecida por ser o munícipio que tem o melhor campeonato municipal da região da Quarta Colônia, seja pela organização, como também pela qualidade técnica das equipes e equilíbrio da competição. No século XXI, o ano de 2020 foi o primeiro do atual século em que o campeonato municipal de futebol não foi realizado.

Além disso, pela terceira vez, desde o início dos anos 80, que o campeonato não foi executado. Isso significa que a pandemia de Covid-19, que aliás, ainda não terminou, realmente foi muito grave em todos os sentidos.

Nossa equipe de reportagem conversou com o goleiro Jairo Cantarelli, o Gugu, arqueiro do Móveis Rohde e também da Seleção de Restinga Sêca. Ele nos contou um pouco de como foi ficar 1 ano sem disputar o futebol a nível de competição:

“É uma sensação estranha e até mesmo triste em saber que aquele futebolzinho do final de semana que estávamos acostumados a jogar não está saindo, ou até mesmo aquele marcado durante a semana. Às vezes o Facebook me mostra alguma lembrança com imagens e bate a saudade dos eventos esportivos que participávamos e das amizades que encontrávamos lá.

Ele contou que houve uma tentativa de uma competição em outra cidade, mas o avanço da Covid-19 frustrou os planos.

“Em fevereiro desse ano até se desenhou uma competição, em Formigueiro, organizada pelo Davi Guazina, de futebol sete. Chegamos a jogar uma rodada e quando jogaríamos a segunda, no mesmo dia, a competição foi interditada pela prefeitura pelo avanço do Covid no mês de fevereiro”.

Cantareli conta que mesmo com todas as restrições que foram adotadas e proibindo o público para assistir, houveram pessoas comparecendo no local e tendo até um grande número de torcedores na parte externa da quadra onde não fazia mais parte da propriedade.

“Pude por um dia matar a saudade de jogar uma competição e escutar a torcida "te xingar" (risos). Infelizmente tivemos que interromper o torneio. E eu também concordo, pois passamos por momentos difíceis da pandemia”.

Ele relembra o  Interseleções disputado e vencido por ele . “Março então fez um ano do último Interseleções realizado, onde tivemos a felicidade de vencer”, relembrou.

O goleiro Gugu também contou como manteve a forma durante a pandemia, além é claro, da situação da sua família em relação a covid-19:

“Desde o início da pandemia e vendo como se agravava, também por ser da área da saúde tive a oportunidade de fazer um curso com a FIOCRUZ (Referência brasileira em COVID) de forma online, que explicava tudo sobre o até então desconhecido vírus.” Relatou.

Tendo esse conhecimento, Gugu, resolveu se dedicar então a atividade física em academias, onde sempre participou, mas não com tanta frequência.

“Tiveram também algumas paradas, mas retornavam após um período. Então hoje o que posso dizer é que, infelizmente toda minha família, ou seja, por parte da minha companheira, meu sogro, sogra, cunhados e por minha parte: pai, mãe, irmãos, tiveram o vírus, mas felizmente por não ter sido nada pior”. Destaca.

O goleiro é um ótimo exemplo de alguém que praticava o futebol com frequência, depois com a chegada da pandemia, procurou entender um pouco mais sobre o vírus, conseguiu se proteger e evitar o contágio, mesmo com alguns de seus familiares e clientes tendo sido testados positivos.

“Eu tendo contato com eles e em todas as vezes sido testado negativo, posso garantir que a atividade física foi quem me "protegeu" nesses casos. Também tive pacientes que contraíram o vírus, eu como fisioterapeuta e tendo um contato direto (mas sempre com todos os EPIS), também não contraí o vírus. Acredito que a atividade física frequente seja uma das principais barreiras para a covid”, relatou.

Ele manteve a forma física, que o deixou mais forte na proteção contra a doença. E agora já vacinado, está completamente imune.

Esperamos que o arqueiro Gugu sirva de inspiração para muitos outros do mundo do esporte no munícipio de Restinga Sêca.

 

A quadra esportiva ficou vazia

A reportagem também falou com um representante de uma quadra esportiva para saber como foi lidar com um ano de incertezas.

Com o fechamento em um primeiro momento, depois a situação da Covid melhorou, e houve um retorno com todos os protocolos de saúde e segurança sendo seguidos. Na sequência novamente um fechamento, por conta de um decreto estadual. Essa situação foi a encontrada por, Marcos Rohde, que possui uma quadra esportiva em Restinga Sêca e teve que parar seu sustento por conta dessas incertezas todas.

 “Situação muito difícil, assim como vários setores de nossa economia. As quadras esportivas são empresas também, pois elas têm funcionários e geram renda. Além do mais, temos compromissos de impostos também. No meu caso, fizemos o possível para manter manutenção em dia e todos compromissos, sempre no aguardo de uma liberação.

Conforme ele, a ajuda nesse meio tempo foi pouquíssima, para não dizer que o Governo não ajudou.

“Com relação ao fechamento em fevereiro deste ano, esse sim foi ainda pior, por questão que não veio nenhuma ajuda do governo de imediato e as dificuldades aumentaram ainda mais. Até porque, todos sabemos da importância da atividade esportiva tanto para a saúde física como emocional”.

Mas ele tem a consciência dos riscos e entende o fechamento.

“Tenho consciência de que tem o risco e por esse motivo entendo. Porém, neste meio tempo foi perdido muita receita com a volta desta maneira, porque praticamente só são ofertados os jogos sem confraternização após a partida.

Ele falou também sobre a volta das atividades.

“Seguimos à risca os protocolos que foram passados para podermos dar e também termos tranquilidade no retorno”.

A sua quadra reabriu ja com os novos decretos impostos pelos governos. E assim ele pode seguir com seu negocio e recuperar as perdas desse período complicado que passou.

Edição: Anderson Puiatti

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