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Fotos: Divulgação
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Será lançada hoje (20/1) a coletânea Entre natureza e patrimônio cultural: as exuberâncias de Agudo, Nova Palma e Restinga Sêca

A equipe do Ateliê de Textos – Geoparque Quarta Colônia, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), fará o lançamento da coletânea Entre natureza e patrimônio cultural: as exuberâncias de Agudo, Nova Palma e Restinga Sêca.

Os textos estarão em e-book, livro impresso e podcast, são resultantes do projeto de extensão "Ateliê de textos Online - Geoparque Quarta Colônia" desenvolvida com alunos dos anos finais do ensino fundamental de escolas públicas da região da Quarta Colônia.

A sessão de lançamento virtual acontecerá hoje às 14h, pelo Google Meet.

O Tribuna de Restinga conversou com a Coordenadora do projeto de extensão "Ateliê de textos Online - Geoparque Quarta Colônia, a Profa. Dra. Cristiane Fuzer, que é Professora do Departamento de Letras Vernáculas e do Programa de Pós-Graduação em Letras da UFSM e Vice-Diretora do Centro de Artes e Letras da UFSM.

Cristiane Fuzer é neta de Dezidério Fuzer, o qual dá nome a escola do município e faz parte do projeto

“Não o conheci, porque faleceu muito antes de eu nascer. Mas convivi com minha avó, Adelaide Fuzer, que foi quem doou o terreno para a construção da escola em S. Miguel. É um grande orgulho para mim”.

O projeto contou com a colaboração da professora Cristina Severo, da escola Dezidério Fuzer.

"Há relativamente pouco tempo, conheci o Projeto Geoparque Quarta Colonia e fiquei encantada com seu potencial. Participei de duas jornadas de formação de professores que o projeto propiciou e observei que havia muitas possibilidades de atividades com os alunos, como locais para visitação, por exemplo. Depois disso, fiquei com vontade de me inserir em algum projeto do Geoparque, mas não sabia como e nem sabia se poderia contribuir". 

Cristina conheceu o Ateliê de Textos Geoparque e teve a oportunidade de participar de uma ação na sua área, que é a Língua Portuguesa, auxiliando a preparar os materiais didáticos e participando de algumas aulas.

"E, hoje, em meio a tantas atividades desenvolvidas junto aos alunos, é muito gratificante ver o lançamento da coletânea produzida com tanto empenho por eles. Certamente, quem tiver acesso às produções, ficará curioso para conhecer os locais abordados na Quarta Colonia".

Veja abaixo a entrevista feita a respeito do projeto com a Profa.Dra. Cristiane.

Tribuna de Restinga: O porquê do projeto?

Cristiane: O Ateliê de Textos foi idealizado e iniciado em 2011 como um projeto de apoio à formação de estudantes dos cursos de Letras da UFSM e, ao mesmo tempo, uma contribuição para o processo contextualizado de ensino e aprendizagem de produção textual para alunos da educação básica. O propósito central é, por meio de resultados de pesquisas consolidadas da área de Linguística Aplicada, oportunizar a crianças e adolescentes vivenciar todas as etapas de um processo de produção de texto em um contexto social e aprimorar as habilidades de leitura e escrita que os alunos já desenvolvem na escola.

Em 2013, o Ateliê de Textos foi contemplado com o Prêmio RBS de Educação, na modalidade projeto comunitário. Em 2015 e 2016, nosso projeto foi selecionado nos editais do PROEXT MEC-Sisu, um programa nacional de Extensão universitária que concedia recursos financeiros para o desenvolvimento de ações junto às comunidades. Com os recursos recebidos do Prêmio e dos editais, foi possível ampliar o número de estudantes e escolas atendidas. Assim, a equipe do Ateliê de Textos foi crescendo, assim como as demandas das escolas. Até o momento, foram beneficiados estudantes do ensino básico de 25 escolas públicas, incluindo Santa Maria, Júlio de Castilhos, Cachoeira do Sul, Quaraí, Agudo, Nova Palma e Restinga Sêca.      

                Ao longo desse tempo, estudantes de outros cursos, como Artes Visuais, Desenho Industrial, Produção Editorial, juntaram-se à equipe do Ateliê de Textos, o que tem ajudado a qualificar os produtos do projeto, como e-book, livro impresso, podcasts.

TR: Como foi montar esse projeto? Os desafios dele diante de não conseguir falar com os alunos?

Cristiane: Por conta da pandemia da COVID-19, muitos estudantes tiveram suas rotinas de estudos drasticamente afetada, e sentimos que não poderíamos deixar de auxiliar, de alguma forma, as escolas neste período tão difícil. Então decidimos adaptar as atividades do projeto, que eram desenvolvidas presencialmente, para a modalidade totalmente remota. Tivemos de aprender a usar uma série de ferramentas digitais e ensinar os alunos a usá-las também. O aplicativo WhatsApp, o e-mail e as plataformas Google Meet e Google Classroom foram os principais aliados durante todo o trabalho, desde os contatos com os diretores das escolas e os alunos, até as interações entre os alunos e integrantes da equipe do Ateliê de Textos, com encontros síncronos para a realização das atividades. As reuniões semanais da equipe trabalho para o planejamento das atividades também ocorreram virtualmente.

Antes de promovermos o projeto nesta modalidade para escolas da Quarta Colônia, realizamos uma ação em menor escala com a participação de alunos da E.M.E.F. Dezidério Fuzer, em Restinga Sêca, durante o primeiro semestre deste ano. Depois, iniciamos a execução do projeto adaptado para a E.M.E.F. Júlio do Canto, em Santa Maria, e em seguida iniciamos o trabalho com alunos de escolas da Quarta Colônia.

No início, foi bastante desafiador até que todos os envolvidos se familiarizassem não só com essas tecnologias, mas também com uma nova forma de interagir e aprender. Além do desafio de trabalhar apenas na modalidade remota, o Ateliê de Textos vivenciou o desafio de participar pela primeira vez do projeto estratégico Aspirante UNESCO Geoparque Quarta Colônia, uma iniciativa da Pró-Reitoria de Extensão da UFSM.

TR: Quantos alunos participaram e quais cidades?

Cristiane: Do Ateliê de Textos Online Geoparque Quarta Colônia, participaram 20 alunos de seis escolas que acolheram nosso convite: quatro escolas de Agudo, uma de Nova Palma e uma de Restinga Seca.

De Agudo são as escolas E.M.E.F. Alberto Pasqualini, E.M.E.F. Olavo Bilac, da E.M.E.F. Santos Reis e da E.M.E.F. Três de Maio.

De Nova Palma, a Escola Estadual de Ensino Fundamental Ana Löbler.

De Restinga Sêca, a Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental Dezidério Fuzer, de Restinga Sêca.

Além dos alunos das escolas parceiras, participaram, como integrantes da equipe de trabalho do Ateliê de Textos, estudantes de graduação de Letras e Produção Editorial da UFSM e estudantes de Pós-Graduação em Letras da UFSM. A acadêmica de Letras Aline Guimarães Peres, bolsista Geoparque Quarta Colônia da UFSM, ministrou as oficinas de escrita e contação, e o acadêmico de Artes Visuais Rafael Kszyszerak, com a orientação da Profa. Dra. Flávia Vasconcelos, do Centro de Artes e Letras da UFSM, mediou a oficina de desenhos que ilustram a coletânea. A acadêmica de Produção Editorial Ariadne Quirino foi responsável pela diagramação do e-book e podcast. A acadêmica de Produção Editorial Luiza Dalfolo, bolsista PRAE, e o acadêmico de Letras Guilherme Barbat Barros foram responsáveis pelas edições dos podcasts. Também participaram as doutorandas de Letras Carla Carine Gerhardt e Cintia Cocco, que colaboraram na elaboração do caderno didático utilizado na oficina de escrita e reescrita.   

TR:Como foi descobrir as belezas dessas cidades por um olhar diferente, dos alunos de suas cidades?

Cristiane: Foi incrível! Em função da parceria com o projeto Aspirante UNESCO Geoparque Quarta Colônia, o Ateliê de Textos construiu uma proposta de leitura e produção que possibilitasse aos alunos observar mais detalhadamente e comentar pontos que considerassem importantes e atrativos em seu município. Para isso, pesquisaram sobre aspectos históricos, culturais, naturais, patrimoniais e, assim, ampliaram conhecimentos e a percepção sobre o potencial turístico e cultural de sua região. A partir disso, foram desafiados a escrever textos que tivessem o propósito de convidar outras pessoas a visitar esses pontos. 

A participação da Profa. Cristina Severo, da escola Dezidério Fuzer, e da Profa Michele Decian de Pellegrin, da escola Ana Löbler, como integrantes da equipe de trabalho do Ateliê de Textos, foi também muito importante para o êxito do projeto com essas temáticas.

Um dos resultados do intenso trabalho em quatro meses do projeto pode ser visto nos produtos que estão sendo lançados neste dia 20 de janeiro: a coletânea Entre natureza e patrimônio cultural: as exuberâncias de Agudo, Nova Palma e Restinga Sêca, que reúne os textos e desenhos produzidos durante as oficinas, no formato de e-book, livro impresso e podcast.

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