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Fotos: Divulgação.
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Comparação do momento mais crítico

Sem recursos, mapa da 21ª semana do Distanciamento Controlado é mantido todo em laranja

Depois de mais de três meses com regiões apresentando risco epidemiológico alto, portanto, bandeira vermelha, o Rio Grande do Sul ficou, pela primeira vez, com o mapa da 21ª semana do modelo de Distanciamento Controlado todo laranja – o que significa risco médio para coronavírus.

As bandeiras das 21 regiões Covid foram confirmadas pelo governo do Estado nesta segunda-feira (28/9), após reunião do Gabinete de Crise, e são válidas da 0h de terça-feira (29/9) até as 23h59 de segunda-feira (5/10).

De forma inédita desde que a instância recursiva do Distanciamento Controlado foi criada, na sétima rodada (22 de junho), não houve pedido de reconsideração por parte de associações regionais.

Com o modelo de cogestão, as regiões em laranja podem adotar protocolos de bandeira amarela (risco baixo), basta que enviem planos próprios adaptados à Secretaria de Articulação e Apoio aos Municípios (Saam).

Das 21 regiões Covid, 18 já aderiram ao sistema – Bagé, Guaíba e Uruguaiana ainda não. No entanto, apenas Novo Hamburgo, Santa Cruz do Sul e Santa Maria têm aprovados protocolos menos restritivos para bandeira laranja. As demais, que enviaram somente para bandeira vermelha, devem mandar novos planos ao governo do Estado e aguardar aprovação.

Os planos regionais aprovados estão disponíveis em https://planejamento.rs.gov.br/cogestao-regional.

Atividades presenciais nas escolas

O governo do Estado definiu, no início de setembro, um calendário para o levantamento das restrições a atividades presenciais em escolas do Rio Grande do Sul. Isso vem ocorrendo de forma escalonada, seguindo um protocolo único para o Estado (ou seja, sem aplicar regras próprias pelo regime de cogestão), em regiões que estejam há duas semanas na bandeira laranja ou amarela (a semana atual e a anterior).

Seguindo o cronograma, as aulas da Educação Infantil puderam ser retomadas em 8 de setembro. No dia 21, ficou permitida a retomada de atividades presenciais no Ensino Superior, Ensino Médio e Ensino Técnico. Essa liberação não engloba a rede estadual de ensino, cuja previsão de retorno é 13 de outubro.

De acordo com o Decreto 55.465/2020, o governo do Estado levanta as restrições que vedam as atividades presenciais nas escolas e instituições de ensino em 17 regiões Covid nesta semana.

Encaixam-se nas regras as regiões Covid Bagé, Cachoeira do Sul, Canoas, Capão da Canoa, Caxias do Sul, Erechim, Guaíba, Ijuí, Lajeado, Palmeira das Missões, Passo Fundo, Pelotas, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Santa Rosa, Taquara e Uruguaiana.

As regiões de Novo Hamburgo, Porto Alegre, Santo Ângelo e Cruz Alta foram classificadas em bandeira vermelha na 20ª rodada. Portanto, ainda não podem retomar as atividades presenciais em instituições de ensino. Caso se mantenham em laranja na 22ª rodada, as restrições serão levantadas.

Prefeitos dos municípios que entenderem que não há condições para reabrir escolas podem mantê-las fechadas. Pais e instituições de ensino também têm autonomia para manter as crianças em casa ou para deixar as escolas fechadas.

Regiões em bandeira laranja nas duas últimas semanas
20ª e 21ª rodadas

Bagé
Cachoeira do Sul
Canoas
Capão da Canoa
Caxias do Sul
Erechim
Guaíba
Ijuí
Lajeado
Palmeira das Missões
Passo Fundo
Pelotas
Santa Cruz do Sul
Santa Maria
Santa Rosa
Taquara
Uruguaiana

• Clique aqui e acesse o levantamento completo da 21ª rodada do Distanciamento Controlado após as reconsiderações.

Por que o mapa do Distanciamento Controlado ficou todo laranja

Depois de 20 mapas e mais de três meses com regiões com risco epidemiológico alto, o Rio Grande do Sul ficou, pela primeira vez, sem nenhuma bandeira vermelha. Na 21ª rodada do modelo de Distanciamento Controlado, divulgada nesta segunda-feira (28/9), todo o mapa definitivo aparece em laranja. A cor significa risco médio para coronavírus. 

"A pandemia não acabou. Vamos continuar monitorando e acompanhando. Assim como adotamos medidas mais restritivas quando o quadro ficou mais severo, agora indicamos medidas mais brandas com as tendências atuais", reforçou o governador Eduardo Leite.

O que fez com que o RS voltasse a ter um mapa sem a cor vermelha – o que ocorreu da 2ª semana de Distanciamento Controlado, em 18 de maio, até a 5ª semana, que se encerrou no dia 14 de junho – foram os indicadores levados em conta pelo modelo.

Tanto os dados da propagação da Covid-19 como os de capacidade de atendimento hospitalar vêm apresentando melhora progressiva nas últimas semanas. Nesta 21ª rodada, todos os 11 indicadores, na média estadual, melhoraram. Veja na tabela abaixo:

Antes depois

Entre os principais dados do RS estão os seguintes:

• O número de novos registros semanais de hospitalizações confirmadas com Covid reduziu 25% entre as duas últimas semanas (de 1.061 para 793);
• O número de internados em UTI por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) reduziu 9% (de 884 para 806);
• O número de internados em leitos clínicos com Covid reduziu 12% (de 778 para 688) e em leitos de UTI com Covid reduziu 5% (de 693 para 658);
• O número de leitos de UTI adulto livres para atender Covid aumentou 11% (de 614 para 684);
• O número de casos ativos reduziu 9% (de 10.793 para 9.805);
• O número de óbitos por Covid reduziu 19% (de 338 para 273).

Nesta rodada do mapa, nenhuma associação regional de municípios apresentou ao Gabinete de Crise pedido de reconsideração à classificação preliminar. Se de uma semana para a outra o RS apresentou melhoras expressivas, a comparação do momento mais crítico até agora, registrado na 15ª rodada, válida de 18 a 24 de agosto, torna o avanço ainda mais evidente.

Veja alguns dos exemplos:

• Número de novos registros semanais de hospitalizações confirmadas com Covid:
15ª semana: 1.126
21ª semana: 793
Redução de: 29%

• Número de internados em leitos de UTI Covid no dia anterior à divulgação do mapa:
15ª semana: 723
21ª semana: 658
Redução de: 9%

• Número de óbitos por Covid na semana:
15ª semana: 353
21ª semana: 273
Redução de: 23%

• Leitos livres de UTI para atender casos de Covid:
15ª semana: 567
21ª semana: 684
Aumento de: 21%

• Total de leitos de UTI no RS:
15ª semana: 2.481
21ª semana: 2.588
Aumento de: 4%

Dados externos

O cálculo do Distanciamento Controlado é feito pelo Comitê de Dados do Gabinete de Crise, formado por especialistas do governo e de mais 40 instituições, entre universidades, entidades de classe, organizações da sociedade ou cidadãos com conhecimento e experiência em estatística, avaliação e análise de dados.

Os números usados por essa equipe são enviados pelos 299 hospitais da rede pública e da rede privada de todo o território gaúcho, que abastecem o sistema diariamente com dados sobre internações, leitos livres e ocupados e casos confirmados e recuperados, entre outros. Essas informações podem ser acessadas a qualquer momento no site https://ti.saude.rs.gov.br/covid19.

Segundo a coordenadora do Comitê de Dados, Leany Lemos, o modelo do Distanciamento Controlado foi dividido por regiões e por atividades e atualizado semanalmente, para que as restrições pudessem ser feitas no local, na proporção e momento adequados conforme o resultado do cálculo, com os pesos de cada indicador, resultando em quatro diferentes bandeiras: amarela para risco baixo, laranja para risco médio, vermelha para risco alto e preta para risco altíssimo, com protocolos sugeridos para cada nível.

“Quando uma bandeira vermelha muda para laranja, é porque houve uma melhora na média desses indicadores de proporção da doença e da capacidade de atendimento de cada região Covid, das macrorregiões e também de todo o Estado, que também pesam na nota final de cada região. Temos uma nota de corte para cada bandeira e, assim, se define a cor da semana”, explicou Leany.

A coordenadora lembrou que houve bandeira amarela nas semanas iniciais do modelo, antes do pico que já era projetado para o mês de julho, o que efetivamente aconteceu, mas que nestas 21 semanas, o RS não registrou nenhuma bandeira preta.

“Quer dizer que o modelo funciona, porque, quando houve bandeira vermelha, foram aplicadas as devidas restrições às atividades econômicas, reduzindo a circulação de pessoas, e logo, a circulação do vírus. Com isso, conseguimos controlar a situação e retornar para uma bandeira laranja, momento em que se chegou nesta 21ª rodada em todas as regiões”, acrescentou.

Conforme Leany, os principais indicadores que têm caído são a ocupação de leitos UTI e leitos clínicos e o número de óbitos por Covid. “Isso é muito objetivo. É a realidade que os números nos mostram. E é muito positivo, porque mostra que a população aderiu aos protocolos e às recomendações sanitários, o que vai preservar ainda mais vidas do que já preservamos”, avaliou.

Com 4.647 óbitos no acumulado, o Estado tem taxa de 40,67 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes, o que representa a quarta melhor média nacional. Se o RS reproduzisse aqui a média nacional (67,45), mais de 7,5 mil gaúchos teriam perdido a vida para a Covid-19.

Uma das principais ações do governo que ajudaram a salvar vidas, juntamente com o Distanciamento Controlado, foi a ampliação de leitos. O RS aumentou em 102% o total de leitos UTI do SUS desde o início da pandemia, sem contar a rede privada, o que tem impacto no cálculo das bandeiras nos indicadores de capacidade hospitalar e garantiu que nenhuma pessoa morresse por falta de atendimento no Estado.

Informações: Governo do Rio Grande do Sul

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