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Foto: Internet/reprodução.

A Palavra do Pastor: DOAR AS SOBRAS?

+ Hélio Adelar Rubert 

Conta-se que num certo lugar, o missionário pregava estimulando sobre o amor ao próximo. Dizia: “Somos todos irmãos. Um irmão não deixa seu irmão passar fome... Quem é irmão de verdade mata a fome do outro com a sobra do seu prato...”

Talvez o missionário continuasse explicando melhor o seu pensamento, como fazem geralmente os pregadores da Palavra de Deus. Mas alguém o interrompeu, solicitando a palavra, para sua surpresa. Era uma mocinha simples, da roça, que falou alto para todos ouvirem:

- “O Senhor está dizendo que devemos matar a fome dos outros com a sobra do nosso prato? Eu acho que não devemos dar a sobra. Eu, pelo menos, daria a metade do meu prato. A gente deve repartir o que tem, mas nunca dar a sobra!” (Cf. Dom José do Nascimento; Mensagens de fé e vida; pg. 92).

A jovenzinha deu uma explicação exata e linda. É o resumo de todo o cristianismo, de toda a Lei de Deus, como nos ensinou Jesus: o amor a Deus e ao próximo! Sim: somos convidados a repartir a comida, a roupa, o teto, a amizade, a vida e o bem querer!

É fácil? Não!

Às vezes, custa dar uns trocados para os “malabaristas”, (alguns verdadeiros artistas), nas sinaleiras mais demoradas e movimentadas de nossas cidades. O ponto alto da caridade e do heroísmo cristão é dar a vida pelos irmãos, principalmente, pelos mais humildes, doentes e pobres. Porém, em todos eles, está presente Jesus.

No mês de agosto lembramos os exemplos de doação de Santa Irmã Dulce, “Anjo bom da Bahia” e de São Maximiliano Kolbe. Frei Maximiliano, no campo de concentração nazista, se ofereceu a dar sua vida por um pai de família que fora sorteado para morrer no bunker da fome. Foi um gesto heróico, como o de Jesus, que nos ensina: “Ninguém tem amor maior do que aquele que dá a vida por seus amigos” (Jo 15, 13).

Nesse tempo de pandemia, como Igreja no Brasil, somos convidados a intensificar nosso “Pacto pela Vida e pelo Brasil” num grande plano de ação emergencial para amparar os mais pobres e as populações vulneráveis. Unidos e iluminados pelo Evangelho muito podemos ajudar na sociedade e em nossas comunidades.

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