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Memória restinguense: Iberê Camargo

Iberê Bassani de Camargo nasceu em Restinga Seca, então distrito de Cachoeira do Sul, em 18 de novembro de 1914. Foi pintor, desenhista, professor, escritor e gravurista, sendo considerado um dos mais importantes pintores brasileiros do século XX.

            Aos 14 anos, já estudava na Escola de Artes e Ofícios em Santa Maria e, aos 18 anos, trabalhou como aprendiz no Batalhão Ferroviário, atuando como desenhista técnico, tendo aprendido geometria e perspectiva.

            Nos anos 1930, fez o curso de Arquitetura no Instituto Belas Artes de Porto Alegre e, em 1942, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde estudou na Escola Nacional de Belas Artes, sob a concessão de bolsa de estudos ofertada pelo governo do estado do Rio Grande do Sul. Seis anos mais tarde, passou a residir na Europa, tendo estudado na França e na Itália. Em 1953, de volta ao Brasil, fundou o curso de gravura do Instituto Municipal de Belas Artes do Rio de Janeiro, hoje, Escola de Artes Visuais do Parque Lage.

            A partir de 1956, surge o encantamento pela pintura de “carretéis” com que brincava na infância. Dez anos mais tarde, foi o responsável pela pintura de um grande painel (49 metros quadrados) oferecido pelo Brasil à Organização Mundial da Saúde, em Genebra, na Suíça.

            Em 1980, tendo porte de arma, envolveu-se num acontecimento que marcaria em definitivo a sua vida. Após um desentendimento com um engenheiro que teria lhe agredido, acabou matando o indivíduo. Depois de um mês de cadeia, acabou sendo julgado e libertado sob a alegação de legítima defesa.

            A partir daí, as suas telas ganham tons extremamente sombrios, dramáticos. Ao final da vida, a sua obra é impregnada de figuras grotescas, patéticos ciclistas que transitam do nada para lugar nenhum e fantasmagóricas idiotas como ele mesmo denominava.

            Iberê, por onde andou, sempre fez questão de dizer-se filho da pequena Restinga Seca, casou-se, em 1928, com Maria Coussirat Camargo, sua companheira até o fim da vida. O casal não teve filhos. Segundo consta, Iberê teve uma filha fora do casamento, Gerci, que lhe deu dois netos, Carlos e Gerci.

            Iberê Camargo faleceu em 09 de agosto de 1994 em Porto Alegre. No ano seguinte a sua morte, foi criada a Fundação Iberê Camargo, que, atualmente, funciona no bairro Cristal, na capital gaúcha, em um prédio projetado pelo renomado arquiteto português Álvaro Siza.

 

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