Dia de Campo reuniu centenas de produtores no Centro de Eventos

Com as colheitas do arroz e da soja encaminhando-se para o final, já é preciso pensar na próxima safra. Como de costume, na terça-feira, dia 3 de abril, foi realizado o tradicional Dia de Campo, com foco nas culturas de verão. Essa é a quarta edição do evento realizado em parceria entre a Cooperativa Tritícola Sepeense (Cotrisel), prefeitura de Restinga Sêca, Instituto Riograndense do Arroz (Irga), Emater, Associação dos Arrozeiros e Sindicato Rural. No Centro de Eventos do município, cerca de 200 produtores passaram por 16 estações de testes para diferentes culturas de verão, como a soja, o arroz e o milho, além de soluções para a recuperação de solo e também fertilizantes e inseticidas que ajudam na melhora da produtividade e controle de pragas.

O evento é uma oportunidade para que os produtores conheçam novas tecnologias e diferentes manejos que se encaixam da melhor forma em sua propriedade.

 “O evento é feito para o produtor. As tecnologias existem aos montes para serem aplicadas na lavoura. São 52 fatores que interferem na produtividade da soja, por exemplo. E a produtividade vai ser tão significativa quanto for a interação de todas essas tecnologias com o ambiente, o clima e a genética. Então o produtor tem que participar para ver qual a melhor genética que se adapta ao ambiente que ele tem em sua propriedade. Tem que aliar tudo isso”, explica Marcelo Thomasi, coordenador do evento.

Opinião compartilhada pelo técnico agrícola da Emater Artêmio Figueiredo, que acompanha as lavouras da cidade ao longo do seu desenvolvimento, auxiliando os produtores restinguenses.

“É um dia de campo importante para nós, da Emater, das cooperativas, que trabalhamos desde agosto no preparo das lavouras. São pastagens, plantas recuperadoras de solo, as variedades de arroz, de soja, na várzea, na coxilha. É o momento do produtor, que vive da terra, que planta, e precisa de conhecimento, participar. Os doutores fazem pesquisas, e aqui o produtor vai levar o conhecimento para casa da tecnologia existente, não é um dia perdido, é um dia ganho, de aprendizagem”, reforça Figueiredo.

APROVADO PELOS PRODUTORES

Os produtores foram divididos em grupos de 35 pessoas, e ficavam cerca de sete minutos em cada estação, recebendo as explicações sobre o preparo do solo, controle das invasoras em arroz irrigado, manejo de milho e de pragas da soja, plantas recuperadoras de solo e manejo de pastagens, entre outros aspectos. O trajeto completo era concluído em cerca de 1h30min. Os agricultores que participaram ressaltaram a importância de estar sempre se atualizando para diminuir os riscos na lavoura.

“Hoje em dia a tecnologia está em primeiro lugar. Quem não tem tecnologia no campo, pode esquecer que vai produzir. Há anos atrás, quando comecei ajudar meu pai a plantar, a gente largava a semente no chão e era o que Deus quisesse. Não eram usados inseticidas. Hoje não, se não usar isso, não produz mais, e o custo é muito alto. Então tem que fazer tudo dentro dos conformes para poder sobrar alguma coisa no fim da colheita. O custo da lavoura é muito alto, então tem que tentar produzir o máximo por hectare, por que se não, não tem como sobreviver”, afirma o produtor Ademar Procknow.

“É muito importante, aqui a gente vê as variedades que temos, o preparo do solo para eliminar invasores, e temos um problema grande de arroz vermelho aqui em Restinga. É uma vitrine da tecnologia que temos disponível. Ainda não comecei a minha colheita. O arroz vai ser muito bom, mas a soja faltou chuva, e vai ser bem abaixo do que foi nos outros anos. O preço do arroz está baixo, pela grande oferta, já a soja está com um preço razoável”, complementa o agricultor Luiz Roso.

Os organizadores do Dia de Campo gostaram da 4ª edição do evento, apesar do número de produtores poder ter sido maior. Como muitos ainda não terminaram a colheita, não puderam deixar as lavouras para participar. No entanto, a qualidade se manteve a mesma de outras edições.

“É um momento importante, de aprendizado, de troca de experiência, que vem tradicionalmente ocorrendo em nosso município. Inclusive, faz parte das comemorações do aniversário do nosso município. Foram mais de 100 produtores inscritos. Temos a certeza de que é um trabalho consolidado de parceria entre a Emater, o Irga, a prefeitura e a Cotrisel, com o apoio de todas as entidades. Ficamos muito felizes de contar com essa parceria que valoriza o agronegócio e o homem do campo, que são tão importantes para o desenvolvimento do nosso município”, ressalta o prefeito de Restinga Sêca, Paulinho Salerno (MDB).

“É importante ressaltar que a parceria existente entre a Cotrisel e prefeitura, sindicatos, a Emater, o Irga, faz com que seja possível que tenhamos esse dia hoje. Um evento demonstrativo e que os produtores que vieram aproveitaram bastante”, completa o presidente da Cotrisel, José Paulo Salerno.