DSCN5678.JPG
DSCN5658.JPG

Piscina térmica no Centro de Eventos pode não ser concluída

A prefeitura de Restinga Sêca não irá continuar com a construção da piscina térmica no Centro de Eventos do Município. A obra, orçada em R$ 630 mil, já havia iniciado, mas está paralisada. Conforme estudos financeiros da atual gestão, do prefeito Paulinho Salerno (MDB), o custo mensal, em torno de R$ 20 mil, se tornaria inviável para as contas públicas. No entanto, o ex-prefeito Mauro Schünke (PDT), que conseguiu duas emendas no valor de R$ 500 mil para a obra, contrapõe e diz que o custo pode ser até menos da metade do que o apresentado.

Fato é que no dia 6 de março, foi realizada uma audiência pública na Câmara de Vereadores de Restinga Sêca para discutir o assunto. Por maioria, foi decidido que as obras deveriam ser paralisadas. Com isso, o município teria que devolver uma parte das verbas destinadas pelo então Deputado Federal Nelson Marchezan Junior (PSDB) e pelo ainda parlamentar Paulo Pimenta (PT). Por outro lado, o município também não precisaria aplicar os R$ 130 de contrapartida.

Conforme o prefeito Paulinho Salerno, o custo mensal para manter a piscina térmica giraria em torno de R$ 20 mil. Em energia elétrica, de acordo com ele, o valor seria de aproximadamente R$ 5 mil.

“A situação da piscina é uma preocupação que temos e que vínhamos martelando. Chegamos a um ponto crucial, de seguirmos ou não com a obra e rediscutirmos aquele espaço. Trouxemos os números para a discussão. Teríamos um custo de R$ 20 mil por mês, o que seria R$ 240 mil no ano, e que é inviável para o município, para qualquer entidade ou empresa que quisesse explorar esse empreendimento. Então discutimos essa questão, trouxemos a Câmara, e queremos agora estudar novamente outras propostas”, explana Paulinho.

Como a questão ainda não é definitiva, serão discutidas alternativas para uma nova possível ocupação para a área, que já está com o prédio em estágio adiantado.

“Vamos nos reunir com as entidades para que na frente possamos ter uma funcionalidade para aquele espaço. A ideia é, quem sabe, fazer uma outra obra, mas claro que envolvendo a Apae, os grupos de terceira idade, que seriam os principais usuários. Mas economicamente a piscina é muito inviável, quando não temos recursos para passar a mais para Apae, Casa do Idoso, para manter em plenitude nosso hospital, acho que temos que ter prioridades, e é isso que estamos discutindo. Queremos municípios que constroem elefantes brancos ou um município que construa equipamentos públicos viáveis que sejam utilizados pela comunidade e tenham funcionalidade? A ampla maioria que estava presente decidiu pela questão de não tocarmos em frente a obra”, reforça.

“O custo não chega a R$ 10”

O ex-prefeito Mauro Schünke, chefe do executivo na gestão passada e responsável pela conquista dos recursos, afirma que o custo para a piscina térmica é de menos de R$ 10 mil. Além disso, o pedetista ressalta que seria possível custear boa parte da manutenção.

“No máximo, R$ 10 mil, colocando toda a despesa, com energia elétrica, produtos químicos, fazendo essa gestão compartilhada. Temos mais de dez grupos de terceira idade em Restinga, e a maioria tem que ir em outros lugares. Eles pagam R$ 80 para usar piscinas duas vezes por semana. São 500 pessoas desses grupos, porque não se cobra a metade desse valor? Só aí já são R$ 20 mil, já daria lucro. Deixar de fazer uma obra dessas, dizendo que só tem custo? Poderia fazer uma parceria com as Apae da região para eles virem para cá”, destaca.

Mauro afirma que ainda tentará reverter a situação e que irá propor, junto com os vereadores de oposição, uma reunião com o prefeito Paulinho Salerno para contrapor, principalmente, a questão referente aos custos de manutenção.

“Foi uma briga muito grande para conseguir essas emendas. Era um pedido dos grupos de terceira idade e da APAE, não era promessa de campanha. Quase 25% da população de Restinga tem algum tipo de deficiência. Restinga Sêca precisava ser moderna, ser um município que trata bem os seus enfermos.  Não teve diálogo conosco, que trouxemos a emenda. Foi colocado que o custo de segurança é quase R$ 9 mil, não precisa, tem o Corpo de Bombeiros do lado, tem monitoramento por câmeras dentro do Centro de Eventos, podemos usar estagiários, só se falou em despesa. O ginásio de esportes tem quase R$ 15 mil de despesa, e aí você vai fechar o ginásio? Os colégios usam o ginásio. Esporte é saúde, a piscina é saúde”, ressalta Mauro.

Comentários