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Foto: Tribuna Online

Um dia para discutir a negritude, Roberto Potácio Rosa fala sobre o Dia Nacional da Consciência Negra

Roberto Potácio Rosa, presidente da Associação Comunitária Vovô Geraldo, esteve hoje Dia Nacional da Consciência Negra, 20 de novembro, no programa Panorama Geral, da rádio Lider FM 104,9. Falou a respeito do dia e outros assuntos relacionados à comunidade negra.

A respeito dessa data que foi decretado como Dia Nacional da Consciência Negra, Potácio diz que este dia é para refletir. “Na verdade essa lei que cria o 20 de novembro, e que dá o cunho de feriado nacional, e que edita ali o Mês da Consciência Negra, é chamar para uma reflexão, de negros e não negros, mas acima de tudo de sociedade, uma vez que devemos romper essa barreira do preconceito, que está incrustado e também sabemos que está estruturado e institucionalizado.”, reflete.

Os atos racistas contra os negros são cada vez mais comuns. São várias formas que vão desde xingamentos até atos de arrancar cartazes de eventos ligados ao movimento negro. E nas palavras de Potácio  existe um certo “nojo” quando acontecem esses tipos de preconceitos. Mas existe um ganho em cima de tudo isso para o futuro. “Essa capacidade de nós negros de resistir, matar um leão por dia, e continuar matando quantas vezes ele aparecer, e estamos aqui no dia da Consciência Negra, um dia de reflexão de sociedade e de suas estruturas, oferecendo-nos a discutir o processo de escravidão.”.

Na reflexão sobre a escravidão, um tema que até hoje choca muitas pessoas, Potácio discute sobre despreparo dos que foram libertados, pois muitos foram privados de suas religiões, de serem alfabetizados e de tantos outras perdas na vida enclausurada. “Foi uma libertação não inclusa e nem conclusa, vamos dizer assim. Por que alguém fica submetido ao autoritarismo,  cerceado dos seus direitos, de qualquer realização de sua individualidade, dos seus costumes de suas crenças,  e depois dito a ele: Saia vá ao mundo! EÉ um choque, é um contraste e muito psicológico.”, observa.

Além das dificuldades com a questão do racismo, também existe a dificuldade de oportunidades, que para o povo negro a dificuldade sempre é muito maior, pois ainda existe o preconceito e do tratamento desigual. “Quando a gente fala em falta de oportunidade  e de busca de oportunidade , a gente tá inserindo a busca pela oportunidade, é muito mais. Por mais que se busque , ainda há uma resistência muito grande por conta da sociedade. Por que segundo a mentalidade, negro ainda não pode ter salários dignos e compatível com sua formação, até que se tenha esse plano de sociedade e que não seja visto como diferente, nós não somos diferentes.”, esclarece.

Para finalizar Potácio diz que não é só um mês ou um dia que se pode pesquisar sobre o assunto, e sim o ano todo. “Nós temos um acervo vasto de informações negras que podemos trabalhar essas questões raciais, durante o ano, basta nós querermos. O diálogo, a busca do conhecer um e o outro e encontrar caminhos para ir dirimindo  esses caminhos, entre um e outro, que vai dar a grandeza com que sonhamos.” finaliza.

E ele deixa um recado para os negros “Sejam negros, tenham orgulho de serem negros, nunca ser o moreno, muito menos o mulato, eu sou o preto, eu sou negro.”.

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