Foto: Reportagem/ Tribuna de Restinga
Foto: Arquivo/Tribuna
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Foto: Roger Bolzan/Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Restinga Sêca
Um ano de valorização do meio ambiente e de dignidade aos trabalhadores da Coleta Seletiva
No último dia 20 de julho a Coleta Seletiva, em Restinga Sêca, completou seu primeiro aniversário. A criação da Central de Triagem, localizada na Vila Felin, foi incentivada pelo projeto Presente do Futuro, uma parceria entre a Fundação Nacional da Saúde (Funasa) e Prefeitura Municipal.
Esse primeiro ano, não foi apenas de avanços na destinação correta dos resíduos, foi também de avanços na valorização do ser humano. Rosicler Fernandes Moraes, presidente da Associação Solidária Força no Braço - Asfob, conta que a triagem de materiais pela associação, foi feita durante três anos junto ao transbordo, em Lomba Alta, onde as condições de trabalho eram precárias: "A criação da Central de Triagem melhorou a autoestima do pessoal, a valorização não só do material recolhido como do ser humano, da nossa dignidade. Hoje as pessoas têm orgulho de dizer que participam da coleta seletiva", contou.
O projeto é um investimento da Prefeitura Municipal, que fornece o material necessário para a manutenção da associação, transporte dos materiais recolhidos, além da assistência aos trabalhadores, através de programas municipais desenvolvidos pela Secretaria de Assistência Social e Habitação: "Eles (equipe da Prefeitura) não cuidam só da parte organizacional, mas do ser humano como um todo. Temos atendimento com a assistente social, psicólogo e isso é fundamental para nós", comenta Rosicler. Já o retorno obtido pelo município não é financeiro: "A Prefeitura não obtêm recursos financeiros com a Central de Triagem, mas o ganho ambiental é imensurável", observa o coordenador da Central de Triagem, Gilnei Cláudio Vargas.
Os integrantes da Asfob também contam com a parceria dos clubes de serviço, como Rotary Club e Lions Clube, além da Emater e Antonio Meneghetti Faculdade: "Participamos de oficinas de compostagem, para a horta comunitária que há no local, e que fornece produtos para os trabalhadores. Aprendemos a fazer sabão caseiro, entre outras coisas", conta Rosicler, que espera que as ações nesse sentido sejam ampliadas, abordando a confecção de chás medicinais e uso de Pancs - Plantas alimentícias não convencionais.
Os materiais são separados e vendidos para a reciclagem Brasil e BM Metais, de Santa Maria. Sucatas são adquiridas por um comprador local. A média salarial dos trabalhadores da Central de Coleta Seletiva varia entre R$ 500 e R$ 700, mensais.
PROBLEMAS ENFRENTADOS
Se por um lado a coleta seletiva teve um saldo positivo neste primeiro ano de atividades, com a média de 171 toneladas coletadas e comercializadas, por outro lado ainda enfrenta algumas dificuldades.
Um dos maiores problemas citados pela diretoria da Asfob são os catadores autônomos, de material reciclável: "Não podemos e nem queremos proibir ninguém de pegar material, mas pedimos que respeitem os materiais que estão acondicionados nos sacos brancos. Alguns catadores espalham o lixo na frente das casas e isso não é legal", explica Rosicler. É estudada, inclusive, a possibilidade da criação de uma Lei Municipal para regularizar a situação.
Outro problema é com relação ao descarte incorreto de alguns resíduos. Os trabalhadores têm encontrado animais mortos, capim, caliça (restos de tijolos) entre outros, dentro das embalagens de coleta: "Tudo isso, além de não ser o destino correto, ainda acaba danificando os sacos de coleta que vão para dentro das casas. Suja, rasga e não conseguimos dar o retorno adequado", comenta a presidente da Asfob.
Atualmente há uma média de 1200 sacos distribuídos nas casas e 600 na Central de Coleta para reposição: "É uma conta que não fecha, pois acabamos sempre tendo que descartar embalagens por estarem em condições impróprias para uso. Pedimos que as pessoas sejam conscientes, que cuidem, não sujem, rasguem, ou acondicionem materiais que não sejam recicláveis", apela Rosicler.
COMO COLABORAR COM A COLETA SELETIVA
Além de fazer a destinação correta dos materiais recicláveis e cuidar dos sacos de coleta, uma ajuda bem-vinda para os trabalhadores é a doação de jornais e restos de óleo de cozinha, desde que bem acondicionados em pets ou vidros. Os jornais dão um bom rendimento e o óleo é utilizado na fabricação de sabão que serve para lavar as próprias embalagens que retornam para as casas das pessoas.
O projeto, que é pioneiro na região, já despertou o interesse de outros municípios que foram visitar a Central de Triagem e obter informações sobre o sistema. Além disso, oferece a oportunidade de renda para as famílias que tiram dali o seu sustento e a oportunidade para o recomeço de muitas vidas.
Vida longa à Coleta Seletiva!
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