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Como o mundo  comemora o Natal  - Quênia

Como o mundo comemora o Natal 

Quando a equipe do jornal discutiu a pauta para o especial de Natal, dei-me conta que as pessoas, de um modo geral, imaginam o Natal como algo uniforme em todos os lugares do mundo e isso é uma premissa falsa. Pensei que há muitos restinguenses que vivem ao redor do mundo e que muitos deles poderiam dar um testemunho sobre as suas experiências, por outro lado, um dos grandes ganhos de uma pós-gradução em nível de doutorado é a sua interlocução com pesquisadores que, ao longo do tempo, transferem-se para outros países, fazem as suas carreiras fora do Brasil e eu também pedi para essas pessoas que contassem um pouco das suas histórias natalinas. Vieram pérolas, coisas que até mesmo eu desconhecia. Acompanhem nas próximas páginas. Espero que os senhores gostem!
Professora Elaine dos Santos, organizadora.

QUÊNIA – Ricardo Belladona possui formação na área de Engenharia Ambiental, atualmente, atua como gerente de pós-vendas na empresa Brazafric em Nairobi, Quênia.
Cheguei a Nairobi, capital do Quênia, em agosto de 2015 e, claro, tudo era novo e diferente, mas a adaptação foi fácil.
O trânsito é o segundo pior do mundo, é um caos, podendo ficar parado por horas no mesmo lugar, principalmente em dias de chuva. Os ônibus urbanos são chamados de “matatus” e os motoristas não respeitam muito as regras de trânsito. O valor da passagem é um fato curioso: indo para o mesmo destino você pode pagar vários preços (se estiver chovendo, se for à noite, se for hora do “rush”). Ainda sobre trânsito, há muitas motos, chamadas de “boda boda” (costumavam levar pessoas para atravessarem a fronteira Quênia/Tanzânia, “border” (em inglês=fronteira), de tanto falarem “border to border”, ficou “boda boda”. São muitas motos, frequentemente, andando na contra mão. A mão é inglesa no Quênia, ou seja, a direção é na direita. 
O aluguel no Quênia, assim como a compra de imóvel, é muito caro. Em Nairobi, situa-se a maior favela do mundo: Kibera.
Existe um total de 42 tribos no Quênia, cada uma com suas características particulares. O tribalismo, porém, é uma realidade. Por exemplo, certas tribos são excluídas, isto é, se o patrão pertence à determinada tribo, ele só emprega pessoas daquela tribo. Os corredores e, geralmente, campeões da São Silvestre em São Paulo pertencem a uma tribo específica. 
A comida queniana tem muito tempero, especialmente, pimenta. O prato tradicional deles é o Ugali (uma espécie de polenta) muito fornecido para escolas, presídios. A comida tradicional queniana não é cara, mas guloseimas como leite condensado, sorvetes (não fabricados no Quênia) são bem caros, por causa da importação.
 O turismo no Quênia é muito caro, mas muito bonito. Mombasa é a cidade referência no litoral, situada às margens do Oceano Índico, água transparente, hotéis maravilhosos, zoológicos. Os dois principais safaris são: Masai Mara e Amboseli. Tem também o do Parque Nacional situado em Nairobi. 
    Quanto ao Natal propriamente dito, não há iluminação, enfeites natalinos, nem Papai Noel, alguns shoppings, nem todos, adotam uma decoração ao estilo mais ocidental/europeu. Muitas famílias viajam para o interior do país, porque é um período de reaproximação familiar e predisposição ao diálogo. Grupos de cantores costumam cantar de casa em casa na noite de Natal, sendo recebidos com pequenas lembrancinhas ou doações para a igreja. O dia 26 de dezembro é consagrado à troca de presentes, isto é, tem-se o “Boxing Day”, período em que também iniciam as grandes promoções.


 

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