Câmara aprova reeleição ilimitada para diretores de escolas municipais

Um consenso entre professores, comunidade escolar, secretaria de Educação do município e Câmara de Vereadores pode dar fim a um problema que vinha sendo recorrentes nas escolas municipais de Restinga Sêca. A cada eleição, era um problema achar candidatos dispostos a assumir a direção das instituições. A lei que estava em vigor limitava a reeleição a três mandatos, o que agora foi mudado pelo legislativo. A partir de outubro não haverá limite de reeleição.
“É uma pequena mudança, mas que tem um impacto importante nas escolas. Tínhamos um limite de três mandatos. Discutimos isso no sentido de não inviabilizar o funcionamento das escolas. Há dificuldade de encontrar professores que queiram assumir a direção. É sempre mais democrático quando a comunidade pode escolher, porque assim os próprios alunos aprendem isso. Seria negativo se o prefeito tivesse que indicar”, argumenta o vereador Norton Soares (MDB), líder do governo do prefeito Paulinho Salerno na Câmara.
A secretária de Educação, Antonina Cavalheiro, também ressalta que as oito escolas municipais foram ouvidas, assim como a Associação dos Professores Municipais de Restinga Sêca (Apres), para darem o seu parecer sobre a mudança. Seis escolas aprovaram e duas votaram contra. Na Câmara, na votação do dia 2 de julho, o projeto que autoriza a reeleição por indeterminadas vezes foi aprovado por unanimidade.
“Desde o ano passado que estávamos analisando essa questão das eleições das equipes diretivas. Verificamos que muitas escolas, pela lei que estava em vigor, não teriam candidatos para a direção. E não é do interesse do município indicar diretores, nós queremos que as comunidades escolham. Não é possível chegar a época de eleições e não termos candidatos para ser diretor, vice-diretor e supervisor. É um trabalho de grande responsabilidade e envolvimento”, defende a secretária.
Dois dos diretores que estão completando o seu terceiro mandato destacam que, apesar da lei não limitar as chances de concorrer, ela não impossibilita que outros candidatos coloquem seu nome à disposição, já que a eleição é democrática, com a votação da comunidade escolar. No caso de Cesar Bertulii, na Escola Francisco Giuliani, e Ângela Silva, na Edwaldo Hoffmann, se eles não concorressem novamente agora, não haveria ninguém disposto a assumir.
“O que entendemos é que, se tem pessoas que querem concorrer, está aberto para todo mundo. Isso é democracia. Todo mundo está livre para montar uma chapa, e quem escolhe é a comunidade escolar. É algo bem transparente”, afirma Ângela.
“Isso não inviabiliza que outra pessoa forme a sua chapa e concorra. Em outubro vamos para a eleição e a comunidade escolar que vai dizer se merecemos ficar, se o trabalho está bom ou outro merece. Faz muito tempo que nenhuma escola tem dois candidatos. O principal é que muitos professores precisam trabalhar em duas ou três escolas para ter uma complementação de renda. Então isso limita, fazendo com que poucas pessoas fiquem à disposição”, reforça Bertulini.