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De férias do seu clube na Arábia,   Tinga curte a família em Restinga

O jogador de futebol restinguense Dionatan Machado, o Tinga, está em sua terra natal curtindo a família durante as suas férias. O meia que está em sua primeira temporada no Al-Batin, da Arábia Saudita, deve ficar até julho em Restinga Sêca, devido ao fim da Saudi Pro League, o campeonato nacional de lá. O grande período se deve por conta também da preparação da seleção do país para a disputa da Copa do Mundo, já que grande parte dos atletas atuam na própria competição.
Inclusive, Tinga tem dois companheiros que são selecionáveis. O goleiro Aymen Mathlouthi, da Tunísia, e o lateral-direito que defende a seleção saudita. Antes de vir para Restinga Sêca, o jogador já teve uma conversa com a direção do clube da cidade de mesmo nome, para tratar da renovação do seu contrato, mesmo ainda faltando um ano para o término.
“Antes de sair de férias tivemos uma reunião, perguntaram se eu estava feliz. Eles se preocupam muito contigo, querem saber como tu está. Já perguntaram se eu tinha interesse de renovar o contrato. Disse que sim, que era só trazer a nova oferta para conversarmos. Vão ser dois meses de férias. Devo voltar para lá no começo de julho, para a pré-temporada, isso por conta da Copa do Mundo. O lateral-direito do meu time é da seleção da Arábia Saudita, e o nosso goleiro é da Tunísia”, relata Tinga, que também concedeu entrevista ao Programa Panorama Geral, da Rádio Líder FM.
Como chegou no meio da temporada saudita, ainda no final de 2017, Tinga não conseguiu fazer muitos jogos. Meia de origem, lá ele tem atuado como um atacante aberto pelo lado direito, e quando o time está se defendendo, recua para formar um trio de volantes. Mas também já jogou até como falso 9.
O Al-Batin terminou na 11ª posição no campeonato, que tem 14 equipes. Já na Copa do Rei Saudita o desempenho foi melhor, mas acabou caindo nas semifinais. Para ele, o mais difícil na adaptação tem sido o idioma, já que o árabe é o mais falado, e ele ainda não domina totalmente o inglês.
“Fiz um bom campeonato, mesmo chegando no final. Chegamos na semifinal da Copa do Rei. Escapamos do rebaixamento contra times que tem uma força enorme. O mais difícil lá é a comunicação. Quando acertei o contrato disse que não viajaria sozinho. O meu empresário já levou jogadores para lá e ficou 20 dias até eu estar totalmente instalado e tudo isso me ajudou. A dificuldade é maior mais na língua”, ressalta.
Tinga lembra como tudo aconteceu muito rápido para ele nos últimos dois anos. Depois de rodar bastante, ficou por dois anos no Pelotas, jogando a Divisão de Acesso, a segunda divisão do Gauchão. Depois acabou indo para o Caxias, onde conquistou a Copa FGF, quando surgiu o interesse do Universitário Sucre, da Bolívia, para disputar a pré-Libertadores. Depois de um início complicado, deslanchou no segundo semestre, foi um dos artilheiros do Campeonato Boliviano, e então surgiu a proposta árabe.
“Joguei uma Copa FGF, ganhei, e na pré-temporada surgiu a proposta da Bolívia. Pensei: como assim? No meio do ano estava jogando a Divisão de Acesso, joguei a Copa FGF, que não tem muita dimensão, aí vem uma proposta da pré-Libertadores. Era um passo muito grande. Eu disse que aceitava mas queria ver o contrato antes. Dois dias depois queriam que eu viajasse já no outro dia. Aí nem tinha negociado com o Caxias. Já estava em um desafio na Bolívia, isso que era aqui do lado. A língua já era difícil, mas era mais fácil aprender o espanhol. Vim de férias de lá, estava analisando outras opções, se ficava no Brasil, se voltava para a Bolívia, porque tinha propostas de times de Libertadores e Sul-Americana lá. Aí nos últimos três dias que fiquei aqui, um xeique me chamou no Instagram, até achei meio engraçado. E aí não cai a ficha, né. Foi muito rápido. Aí passei o contato para o meu empresário, e em cerca de quatro dias já estava viajando”, relembra.
Sobre a distância e a saudade da família, Tinga diz que já se acostumou, apesar de, obviamente, sentir a falta dos familiares por perto. Mas ressalta que é um sacrifício necessário na curta carreira de jogador.
“Todo o jovem quer ser um jogador de futebol. Mas tem que correr atrás. É um processo obrigatório e você tem que passar por isso. Se eu não tivesse passado por isso, ficar longe da família quando era novo, hoje não aguentaria morar em um lugar que é totalmente fechado, em uma cultura totalmente diferente. São processos. Acho que você tem que passar por isso, amadurecer, para quando aparecer a oportunidade de ir para longe você estar pronto, preparado e aceitar o desafio, porque a nossa vida é feita de desafios. Se você quer vencer, tem que passar por muitas coisas, e uma delas é ficar longe da família”, destaca.


 

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