Falta de chuva já atrapalha agricultura em Restinga

A escassez de chuvas com mais intensidade e maior frequência  tem atrapalhado as principais culturas agrícolas de Restinga Sêca, o arroz e a soja. Conforme levantamento do escritório da Emater no município, por enquanto,  há perdas nas lavouras restinguense. Além disso, com a previsão de boas chuvas para a semana de 20 de janeiro, a expectativa é que as áreas plantas se recuperem um pouco da falta de umidade e se desenvolvam da maneira mais adequada, apesar de até o momento não ter havido perdas, principalmente na soja. Mesmo com todas as adversidades, a safra deve ser boa e movimentar cerca de R$ 160 milhões no município.

 “A situação na agricultura, até o momento, ainda não é problemática. Tem um problema sério de falta de umidade, porque as chuvas desde outubro diminuíram bastante, em termos de volume. Tem chovido com frequência, mas com menos volume e mal distribuída. Para a cultura do arroz, por enquanto, não tem problema. Tendo água, o arroz desenvolve muito bem, porque com o tempo seco e bastante insolação, a situação está boa. A chuva é sempre muito bem-vinda, ajuda bastante, porque recupera a água dos cursos d’água, dos açudes, e da própria lavoura”, explica Luiz João Pettine, técnico em agropecuária da Emater.

Pettine explica que o maior risco é nas plantações de soja, já que a cultura depende da chuva. Em Restinga Sêca, a falta dela já prejudica as lavouras. Por isso, agora, hora do florescimento das plantas, é que precisará de mais chuva.

“O problema maior é na soja. Alguns municípios já estão registrando perdas. As que foram plantadas mais cedo estão começando a florescer agora. Essa é uma fase crítica se faltar água. Se vier uma chuva boa como está previsto, de três a quatro dias, de 15mm diários mais ou menos, é um bom volume e que vai melhorar bastante a situação”, sintetiza.

Com grandes áreas plantadas, são mais de 16 mil hectares no arroz e 24 mil de soja, que cresce mais a cada ano, a expectativa é que haja um bom rendimento, principalmente pela boa produtividade das lavouras restinguenses. No ano passado, a soja produziu de 55 a 60 sacas por hectares, e o arroz, de 150 a 160.

“Esse ano a área de soja aumentou um pouco. A área de arroz se manteve, ela tem uma pequena variação. A lavoura de soja ano a ano tem aumentado. O pessoal está entusiasmado, a soja tem produzido muito bem e está com um preço bom. A soja está próxima de 50 sacos por hectares. É uma produtividade boa. Tivemos anos que foi 35. Tem muitos que estão conseguindo 60 sacos por hectares. A cultura da soja está em uma fase muito boa. A previsão para a safra desse ano, com chuvas normais, é de uma produtividade de 50 sacas. A produtividade do arroz também está muito boa. As áreas de Restinga estão muito bem estruturadas, e aí produz cerca de 160 sacas por hectare. Mas tem o problema do preço, que está abaixo, considerando o custo de produção, por conta dos tratamentos, da irrigação, é um custo muito alto”, adianta.

Apesar da diminuição do preço ao longo dos anos, a soja já chegou a estar a R$ 80 a saca e o arroz a quase R$ 50, e hoje estão a R$ 60 e R$ 35, em média, respectivamente, só essas duas culturas, as principais do município, devem injetar quase R$ 160 milhões na economia restinguense. Levando em conta a expectativa de produtividade, serão R$ 87,5 milhões do arroz e R$ 72 milhões da soja, o que chega a aproximadamente R$ 160 milhões.