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Como o mundo  comemora o Natal  - Suíça

Como o mundo comemora o Natal 

Quando a equipe do jornal discutiu a pauta para o especial de Natal, dei-me conta que as pessoas, de um modo geral, imaginam o Natal como algo uniforme em todos os lugares do mundo e isso é uma premissa falsa. Pensei que há muitos restinguenses que vivem ao redor do mundo e que muitos deles poderiam dar um testemunho sobre as suas experiências, por outro lado, um dos grandes ganhos de uma pós-gradução em nível de doutorado é a sua interlocução com pesquisadores que, ao longo do tempo, transferem-se para outros países, fazem as suas carreiras fora do Brasil e eu também pedi para essas pessoas que contassem um pouco das suas histórias natalinas. Vieram pérolas, coisas que até mesmo eu desconhecia. Acompanhem nas próximas páginas. Espero que os senhores gostem!
Professora Elaine dos Santos, organizadora.
SUÍÇA – Marko Petek, professor, mestre em computação pela UFRGS. Atuou como “research” (pesquisador) na European Organization for Nuclear Research, na Suíça, durante cinco anos.
Não há dúvida de que, no formato em que evoluiu ao longo da história, a festa de Natal esteja muito mais relacionada com o estilo de vida europeu do que com o dos povos ao Sul do Equador. Afinal, em praticamente toda a imagem de Natal, existe a presença da neve, dos personagens em roupas muito quentes, lareiras e por aí vai.
Enquanto no hemisfério sul, é verão, no hemisfério norte, Dezembro é o mês do frio. Roupas pesadas são essenciais até mesmo para sobreviver. E a neve faz-se presente, senão permanentemente, mas em boa parte da estação.
É verdade que o Natal é uma festa Cristã mas, em grande parte da Europa, o Cristianismo vem sendo esquecido. Alguns movimentos até lutam para retirar qualquer menção ao Cristianismo nas vidas diárias de todos. O interessante é que, embora o Cristianismo não esteja mais presente na vida diária de muitas pessoas, elas continuam a cultivar os valores e as tradições cristãs. Porque veem isso como parte da sua cultura, do “ser europeu”. Graças a isso o povo, religioso ou não, defende a manutenção dos símbolos religiosos no país. Na noite do dia 24, uma grande parte das pessoas vai à Missa do Galo, mesmo que apenas por tradição.
A presença das decorações é bem marcada nas ruas das cidades. Os famosos “Mercados de Natal”, pequenas aglomerações de casinhas vendendo especialidades culinárias, bonecos de Natal e artesanatos acontecem em praticamente todas as cidades.
Corais são frequentes durante todo o tempo do Advento. Alguns cantam dentro dos bondes, que são o principal meio de transporte urbano na Suíça.
Ao contrário do Brasil, ainda se usa muito mais pinheiros naturais do que artificiais. Os naturais são bem baratos e acessíveis. E, em várias partes da Europa, os escoteiros, com licença e apoio das prefeituras, vão de casa em casa, no Dia de Reis, recolhendo os pinheiros já quase secos e enviando-os para os locais adequados. Recebem um “troco” dos moradores que assim não precisam preocupar-se com isso.
Com relação à ceia de natal em si, ela é muito parecida com a nossa (afinal, aprendemos com eles). Alguma carne assada (lá não existe quase nada de Chester e semelhantes), com frutas, arroz, enfim praticamente o mesmo que se come no Brasil, mas agregado a comidas locais como queijos, patês e Rosti (também conhecido como Batata Suíça no Brasil).
O melhor mesmo fica para quem tem condições de passar o Natal nas montanhas que, nesta época, estão completamente cobertas de neve. O silêncio e o ar das montanhas formam um ambiente ideal para um Natal inesquecível.

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