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Como o mundo  comemora o Natal  - Israel

Como o mundo comemora o Natal 

Quando a equipe do jornal discutiu a pauta para o especial de Natal, dei-me conta que as pessoas, de um modo geral, imaginam o Natal como algo uniforme em todos os lugares do mundo e isso é uma premissa falsa. Pensei que há muitos restinguenses que vivem ao redor do mundo e que muitos deles poderiam dar um testemunho sobre as suas experiências, por outro lado, um dos grandes ganhos de uma pós-gradução em nível de doutorado é a sua interlocução com pesquisadores que, ao longo do tempo, transferem-se para outros países, fazem as suas carreiras fora do Brasil e eu também pedi para essas pessoas que contassem um pouco das suas histórias natalinas. Vieram pérolas, coisas que até mesmo eu desconhecia. Acompanhem nas próximas páginas. Espero que os senhores gostem!
Professora Elaine dos Santos, organizadora.

ISRAEL – Marta Azzolin, graduada em Letras pela UFSM, atualmente, é escrivã de polícia e revisora de periódicos acadêmicos.
Morei em Israel durante um ano e pude perceber a diferença cultural expressiva daquele povo. O Natal, por exemplo, não tem todos os festejos que temos, aqui, no Brasil. Na verdade, vi pouquíssimas comemorações, mais no âmbito familiar. Não há o apelo da mídia, nem do comércio. 
Um dos motivos para eu não ter visto pode ser porque morei em Jerusalém mesmo e a cultura natalina vem de fora, dos judeus que estão regressando para Israel e que absorveram essa festividade. Outro grande, e talvez o principal, motivo é que, em dezembro, há uma festa de oito dias chamada HANUKAH em Israel. Ela é chamada a FESTA DAS LUZES e são oito dias de celebração pela libertação dos Judeus do domínio grego. 
Nessa festa, também se celebra um grande milagre que Deus fez pelo povo, pois o óleo – extraído do fruto da oliveira - que alimentava o fogo no candelabro, por ordem divina, não poderia nunca se apagar. Quando, finalmente, os judeus conseguiram expulsar os gregos do Templo, encontraram um pouquinho de óleo e foram imediatamente acender a chama. O problema é que aquela quantidade de óleo duraria apenas algumas horas. Eles teriam que colher os frutos e fazer todo o processo para extração. O milagre aconteceu porque aquele pouquinho de óleo fez com que a chama permanecesse acesa durante dias, até que a nova quantidade de óleo fosse extraída e pudesse manter a chama acesa. 
Então, são oito dias em que se consomem alimentos fritos em óleo e a cidade fica iluminada com um candelabro de nove luzes. A maioria das janelas tem esse candelabro e cada noite se acende uma nova chama, até que se completem os dias da festa. Nas lojas, a decoração é toda voltada para essa festa. Sem Natal, sem Papai Noel, sem renas, sem chaminé...

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